Sindicato pressiona Anfavea por paralisações

Luiz Carlos de Moraes, da Anfavea: presidente da entidade participou de reunião virtual com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Por REDAÇÃO AB
  • 19/03/2021 - 16:20
  • | Atualizado há 2 anos, 8 meses
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    Lideranças da Anfavea (associação das montadoras) e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC) participaram de uma reunião nesta sexta-feira, 19, para discutir medidas para enfrentar o agravamento da pandemia no Brasil, que tem ameaçado a produção e os empregos do setor. O encontro virtual contou com a participação de Luiz Carlos de Moraes, presidente da Anfavea, e Wagner Santana, presidente do sindicato.

    O sindicato cobrou paralisação das fábricas para conter o avanço da doença, que só na região do ABC matou mais de 5 mil pessoas. Segundo Wagner Santana, não houve um acordo para conseguir a paralisação imediata de todas as fábricas do País. No entanto, segundo o sindicato, a Anfavea se comprometeu a orientar suas associadas “a abrir negociação com os sindicatos responsáveis por cada planta produtiva, para discutir a situação e a possibilidade de parada, caso a caso”.

    Em comunicado oficial, a Anfavea afirmou que, sobre a “possibilidade de paralisações espontâneas nas fábricas, a decisão está a cargo de cada montadora, sempre em avaliação da situação sanitária de cada região do país, e em diálogo com os respectivos sindicatos de trabalhadores.”

    Na reunião, foram discutidos alguns pontos do documento que o SMABC entregou na terça-feira à Anfavea e ao Sindipeças (sindicato das fabricantes de autopeças) no qual propunha um “acordo emergencial em defesa da vida e do trabalho” (leia aqui), ação tomada em função do “descaso do governo federal em relação à gravidade da situação”, segundo o sindicato. Entre as propostas defendidas, estava a paralisação das linhas de produção para garantir o isolamento físico dos trabalhadores.

    Na quinta-feira, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC já havia se reunido com outras lideranças trabalhistas, como CUT (Central Única dos Trabalhadores) e FUP (Federação Única dos Petroleiros), e entregaram em Brasília um documento ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, cobrando medidas de emergência diante do aumento de casos da doença e apresentando as propostas dos trabalhadores.

    Além da defesa do isolamento social, a pauta falava de programas de proteção ao emprego e renda, a compra de vacinas pelas empresas para doação ao SUS em um primeiro momento, apoio privado ao sistema público de saúde, reconversão industrial e crédito para as empresas da cadeia produtiva das montadoras.