Brasil chega ao futuro sem fazer a lição do passado, diz Carlos Zarlenga

Para Carlos Zarlenga, presidente da GM América do Sul, Brasil precisa virar um hub de exportação

Por ZECA CHAVES, AB
  • 17/03/2021 - 12:45
  • | Atualizado há 2 anos, 8 meses
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    “O Brasil está chegando a este momento de grande mudança não da melhor maneira. Estamos chegando ainda com lições de casa para a serem feitas, tanto das tecnologias anteriores como do modelo de negócio anterior”. O alerta foi feito pelo presidente da GM América do Sul, Carlos Zarlenga, durante a abertura do Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva (Simea) 2021.

    Ele lembrou que dez anos atrás a indústria brasileira era vista como uma das que receberiam o maior investimento do mundo e que ela teria um crescimento na região de forma explosiva. “Passados dez anos, hoje a percepção global é outra”, disse Zarlenga, que também é o presidente de honra da 28ª edição do Simea, que é organizado pela Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA). “E as mudanças de tecnologia atuais podem trazer ainda mais problemas no futuro.”

    Zarlenga ressaltou que é necessário que o Brasil reconheça o problema e comece a trabalhar já para reverter essa situação e voltar à expectativa global de crescimento, atacando em três frentes em conjunto.

    Na eletrificação, o País precisa iniciar logo uma conversa séria e profunda sobre o tema, para descobrir que caminho seguir na criação da infraestrutura e na produção e desenvolvimento de veículos e baterias.

    Nos fundamentos mais básicos da indústria, ainda há lições de casa a serem feitas. “Precisamos fazer reformas que vão permitir ao Brasil virar um hub de exportação. Nós temos de ter mercados que são cobertos a partir do Brasil senão será muito difícil conseguir mais investimento externo para a eletrificação”, explicou Zarlenga.

    Por último, analisando com atenção a manufatura 4.0, é necessário ter como foco aumentar ainda mais a eficiência e a produtividade dentro das fábricas. “E olhando esses três pontos, são os engenheiros que vão fazer a grande diferença”, concluiu Zarlenga. “Esse vai ser o único caminho para o Brasil dar continuidade à glória do passado.”