Fábricas de Taubaté e do Paraná também aprovam acordo com a Volkswagen

Assembleia na Volkswagen em Taubaté: novo acordo aprovado por unanimidade

Por REDAÇÃO AB
  • 16/09/2020 - 21:39
  • | Atualizado há 2 anos, 8 meses
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    A exemplo do que aconteceu um dia antes em São Bernardo do Campo (SP), os trabalhadores da Volkswagen em mais duas fábricas no País, Taubaté (SP) e São José dos Pinhais (PR), aprovaram na tarde da quarta-feira, 16, o novo acordo trabalhista negociado pela empresa com os sindicatos de suas quatro unidades produtivas no País – com o objetivo declarado de reduzir em cerca de 35% o quadro de funcionários (o equivalente a 4,7 mil pessoas) para adequar sua capacidade à nova realidade após o impacto da pandemia de coronavírus que causou expressiva queda de vendas e produção, aumentando a ociosidade das plantas para cerca de 65%.

    Durante as negociações, que duraram cerca de quatro semanas, os sindicatos conseguiram que a Volkswagen garantisse estabilidade no emprego por cinco anos para os funcionários que não aderirem ao programa de demissões voluntárias (PDV) – sem metas divulgadas e com prazo de inscrição ainda a ser definido –, que pagará para quem quiser sair de 25 a 35 salários adicionais, dependendo do tempo de casa, mas após a primeira rodada de adesões será aberta uma segunda fase com incentivo reduzido para 15 a 25 salários.

    Também está previsto que, em caso de necessidade, a empresa fica autorizada a usar o afastamento temporário (layoff) do trabalho por até 10 meses, pagando 82,5% do salário líquido. Pelo novo acordo, foram estabelecidos índices e formatos de reajustes salariais de 2020 a 2022 ligeiramente abaixo da inflação medida pelo INPC, além da PLR (participação nos lucros e resultados) de R$ 12,8 mil este ano, com este valor até 2025 corrigido pelo INPC do ano anterior.

    Em Taubaté a aprovação do acordo ocorreu em assembleia convocada pelo Sindimetau na porta da fábrica, enquanto na unidade do Paraná, dos 2,7 mil empregados da planta, 2.136 votaram por meio do sistema digital do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) e aprovaram a proposta com 97% dos votos. A votação on-line incluiu os funcionários que estão afastados em layoff.

    GARANTIA DE INVESTIMENTOS EM TAUBATÉ



    Em Taubaté, além das garantias condições similares às das outras unidades da Volkswagen, o sindicato dos metalúrgicos da região (Sindmetau) também conseguiu da empresa a promessa de descongelamento de um novo plano de investimentos na fábrica, que estava previsto para ser anunciado em março e foi adiado devido à pandemia. A planta instalada no Vale do Paraíba tem atualmente cerca de 3,1 mil empregados.

    Segundo o Sindmetau, a fábrica vai a partir de novembro produzir um carro da marca sobre a plataforma modular MQB – já adotada em São Bernardo e São José dos Pinhais. Inicialmente, a planta fabricará uma porção menor do volume do Polo, hoje produzido só na Anchieta, mas depois ficará com a produção exclusiva de uma versão chamada pelo sindicato de Polo Track ou Novo Polo. Ficou acertado ainda o compromisso de negociação para a introdução do novo Gol ou Voyage, atualmente fabricados somente em Taubaté.

    O presidente do Sindmetau, Cláudio Batista, destacou a união dos dirigentes dos sindicatos que representam os trabalhadores das quatro fábricas da VW no Brasil durante as negociações com a empresa. “Cada planta tem suas peculiaridades, mas isso não impediu a unidade dos representantes sindicais nas negociações de itens específicos. Essa união foi importantíssima para chegarmos ao acordo, que já é uma referência no País”, declarou em nota.

    “Vivemos um cenário de incertezas e com muitas empresas demitindo. Assim, conseguir construir um acordo que dá estabilidade no emprego por cinco anos, além dos investimentos para Taubaté, é dar tranquilidade para os trabalhadores. Essa estabilidade conquistada aqui na Volkswagen também vai refletir nas autopeças e empresas fornecedoras do município e de toda a região”, completou.