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Pesquisadores criam a tinta mais potente para resfriar superfícies

Tinta “ultra-branca” reduz dependência de ar condicionado e pode amenizar ilhas de calor.

tinta ultrabranca
Foto: Purdue University | Jared Pike

Engenheiros da Purdue University estão, há anos, dedicados a criar uma tinta branca com maior eficiência para resfriar edifícios do que a tinta comum. Na última quinta-feira (15), eles anunciaram o que chamam de a “pintura mais branca já registrada”. 

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Em 2020, os mesmos pesquisadores já haviam criado uma tinta capaz de refletir até 95,5% da luz solar e resfriar superfícies em até 8°C. A nova formulação é ainda mais eficiente do que os pesquisadores haviam demonstrado.

A tinta “ultra-branca” reflete 98,1% da luz solar e desvia o calor infravermelho, desta forma os edifícios resfriam abaixo da temperatura do ar circundante. Seu poder de resfriamento é graças ao sulfato de bário – um pigmento derivado do mineral barita.

Os testes mostraram que a tinta é capaz de manter superfícies 4°C mais frias do que sua temperatura ambiente à luz do sol do meio-dia e até 10°C mais fria à noite.

Câmera infravermelha mostra como a tinta ultra-branca resfria a placa abaixo da temperatura ambiente. Imagem: Purdue University | Joseph Peoples

“Se você usasse essa tinta para cobrir uma área de telhado de cerca de 92 m² estimamos que você poderia obter uma potência de resfriamento de 10 quilowatts. Isso é mais poderoso do que os condicionadores de ar centrais usados na maioria das casas”, garante Xiulin Ruan, professor de engenharia mecânica da Purdue.

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Para se ter ideia, as tintas disponíveis no mercado – mesmo quando projetadas para reduzir o calor – refletem apenas de 80% a 90% da luz solar. Além disso, não são capazes de fazer com que as superfícies fiquem mais frias do que o ambiente circundante.

O objetivo é que, com a nova formulação de tinta, os edifícios possam ser menos dependentes do ar condicionado e contribuir para amenizar as ilhas de calor em grandes cidades. 

Sulfato de bário

Ao contrário do dióxido de titânio usado nas tintas brancas tradicionais, a formulação inclui alta concentração de sulfato de bário, um composto químico também usado para fazer papel fotográfico e cosméticos brancos. Ao longo da pesquisa vários produtos comerciais foram analisados. “Descobrimos que usando sulfato de bário, você pode, teoricamente, tornar as coisas muito, muito reflexivas, o que significa que elas são muito, muito brancas”, explica o pesquisador Xiangyu Li, pós-doutorando do Instituto Massachusetts de Tecnologia (MIT).

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Segundo os estudiosos, as partículas de sulfato de bário são todas de tamanhos diferentes na tinta e o quanto cada partícula espalha a luz depende de seu tamanho. Ou seja, uma gama mais ampla de tamanhos de partículas permite que a tinta espalhe mais do espectro de luz do sol. 

Mas, é preciso equilíbrio para não comprometer a textura da pintura. “Embora uma concentração mais alta de partículas seja melhor para fazer algo branco, você não pode aumentar muito a concentração. Quanto maior a concentração, mais fácil é para a tinta quebrar ou descascar”, prossegue Li.

Potencial

Os pesquisadores mostraram em seu estudo que a tinta à base de sulfato de bário pode potencialmente lidar com as condições externas. Não haverá também problemas em ser adotada em escala industrial uma vez que a técnica usada para criar a tinta é compatível com o processo de fabricação de tintas comerciais.

Ao The Guardian, a Purdue University afirmou que a tinta “ultra-branca” pode estar disponível no mercado em um ou dois anos e o melhor: com preço comparável ao da tinta convencional.