Por Luiz Guilherme Gerbelli, G1


A indústria brasileira encerrou o ano passado com o 21º melhor desempenho entre 42 economias, mostra um levantamento realizado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

O ranking do Iedi usa como base o desempenho da indústria brasileira medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e faz a comparação com indicadores de outros países colhidos pela OCDE, pela Eurostat e pelo National Bureau of Statistics of China.

PIB encolhe 4,1% em 2020, o maior tombo em 25 anos

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Segundo o levantamento do Iedi, o melhor desempenho industrial foi observado por Irlanda, segura por Noruega e China. Na lanterna, ficaram Itália, Luxemburgo e Alemanha.

Os 10 melhores países — Foto: Economia G1

"No fundo, a economia brasileira registrou metade da queda projetada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) projetava em junho, na virada do semestre", afirma Rafael Cagnin, economista-chefe do Iedi.

Os 10 piores países — Foto: Economia G1

Em julho, o FMI chegou a prever queda de 9,1% para a economia brasileira. Segundo Cagnin, o PIB registrou uma queda menos intensa por causa dos programas governamentais destinados para empresas e famílias.

"Com condições de câmbio e juros mais favoráveis e com o dinamismo doméstico sustentável pelas medidas emergenciais, o setor industrial reagiu na metade do ano, com destaque para o terceiro trimestre", afirma o economista-chefe do Iedi.

O que esperar

Para 2021, a expectativa do Iedi é que o Brasil caminhe para o final do ranking diante do descontrole da pandemia e da lenta vacinação no país.

No setor automotivo, por exemplo, várias montadoras já suspenderam a produção com o agravamento da doença, o que deve prejudicar o desempenho do setor industrial.

"A expectativa é que o Brasil caminhe para o final do ranking neste ano", diz o economista-chefe do Iedi. "Há uma piora da pandemia, sobretudo, a partir de março, e, ao mesmo tempo, houve o encerramento de todos os programas emergenciais.".

O governo planeja pagar um novo Auxílio Emergencial em abril, mas ele será bem mais modesto do que a versão do ano anterior. O benefício vai custar agora R$ 44 bilhões. Em 2020, o auxílio injetou R$ 300 bilhões na economia.

"Há ainda dois fatores que podem agravar a situação: a inflação, que corrói o orçamento das famílias, e a sinalização do Banco Central de uma elevação da taxa de juros", afirma Cagnin.

Neste mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual, para 2,75% ao ano, e indicou mais aumentos pela frente – juros mais alto encarecem a tomada de crédito, afetando o consumo das famílias e os investimentos das empresas.

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