Transformação digital deu salto de seis anos por causa da pandemia

Como consequência, inovação tornou-se meta essencial na preparação da cadeia automotiva

Por MÁRIO CURCIO, PARA AB
  • 04/03/2021 - 09:33
  • | Atualizado há 2 anos, 9 meses
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    A principal pergunta que o setor automotivo deve se fazer neste momento é como usar a inovação a fim de preparar seus negócios para o futuro. As respostas para o tema foram indicadas por Sílvio Meira, cientista-chefe da The Digital Strategy Company e professor do Cesar School. Ele conduziu a apresentação "Como Criar Estratégias e Relevância Digital para a Indústria Automotiva" durante o AB Plan 21 Near, evento on-line realizado por Automotive Business na quarta-feira, 3.

    “Estamos vivendo um processo de transformação digital que foi acelerado em seis anos na média pela pandemia de Covid-19 e que afeta todos os mercados”, afirmou Sílvio Meira.



    O professor explorou o conceito do “figital”, já que as plataformas digitais não eliminam o espaço físico nem as pessoas que buscam diferentes formas de mobilidade. Descobrir como a transformação digital vai impactar os negócios, que novos mercados isso cria e saber como se posicionar nessa cadeia de mobilidade serão buscas essenciais no novo contexto.

    Meira alerta para um cuidado nessa procura. Para ele, o processo de inovação digital só terá espaço nas empresas quando for combinado com transformação estratégica. Nesse futuro ele prevê concessionárias prestando serviços de mobilidade e grandes redes de recarga atuando dentro dos edifícios em vez de fora, como os postos de combustível atuais. “É um redesenho total. Levará tempo, mas quem não começar a pensar nisso agora não terá espaço nesse mercado”, ressalta.

    Em sua ideia de futuro para 10 ou 15 anos, Meira não vê espaço para novos veículos a combustão. Para ele, a combinação de motores elétricos e tecnologia autônoma dará o tom da mobilidade.

    “O tempo da transformação digital é agora e os fabricantes já entenderam isso quando seus consumidores passaram a ter como prioridade em um carro a rapidez da conexão entre o smartphone e a central multimídia, e não mais as carracterísticas do motor, direção ou tipo de câmbio utilizado”, diz.

    A transformação digital também passa pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), mas Sílvio Meira recorda que sem uma gestão estratégica do ciclo de vida da informação do negócio, e portanto dos dados dos clientes, será muito difícil seguir essa legislação. “Você obedece à LGPD num primeiro momento construindo suas bases de informação e os usos dessa base apropriadamente”, conclui.