Empresas automotivas apostam em grupos de afinidade para fomentar diversidade

Ford, Shell e Basf contaram no Fórum AB como trabalham suas redes internas em busca de mais pluralidade pluralidade

Por NATÁLIA SCARABOTTO, PARA AB
  • 26/11/2020 - 17:39
  • | Atualizado há 2 anos, 8 meses
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    Implementar diversidade e inclusão no ambiente interno das organizações requer boas estratégias. A criação de grupos de afinidade tem se mostrado um passo de sucesso em algumas empresas mais avançadas nesse tema. No III Fórum AB Diversidade no Setor Automotivo, promovido por Automotive Business, lideranças dão dicas de como criar grupos de afinidade com direcionamento, gerenciamento e alinhamento estratégico. O evento aconteceu nos dias 24 e 25 de novembro, on-line.

    Durante o painel, a gerente diversidade e inclusão da Basf, Karina Chaves, apresentou como a empresa construiu uma cultura em torno de grupos de afinidade em quatro eixos: gênero, raça, PcD e LGBTI+. Ela ressaltou que, para garantir a efetividade de cada grupo, é essencial que as pessoas estejam conectadas e os temas alinhados com o pensamento de diversidade e inclusão da companhia.

    “O desafio é manter os grupos de afinidade com a clareza do posicionamento da empresa, garantindo que o comitê contribua de fato para o avanço da agenda da diversidade na organização”, diz Karina.



    “O desafio é manter os grupos de afinidade com a clareza do posicionamento da empresa, garantindo que o comitê contribua de fato para o avanço da agenda da diversidade na organização”, diz Karina. Para o General Manager da Lubricants Brazil, da Shell, Luiz Eduardo Passos, o primeiro passo é a empresa se perguntar o por quê está criando um grupo de afinidade e qual é o propósito dele. “O ponto de partida é o alinhamento. Quando há uma conexão com a estratégia do negócio, a rede passa a ter um papel importante como catalisador e link entre a liderança e o resto da população da empresa.”

    Ainda de acordo com ele, é importante atrair apoio de diferentes tipos de pessoas e não apenas daquelas que se enquadram no eixo de diversidade trabalhado.

    “Acredito que, para uma rede ser bem sucedida, deve contar com um contingente de aliados. Eu, como homem branco, cis e hetero sou uma pessoa que precisa participar desses grupos para ser desconstruído”, afirmou Passos.



    Na Ford, o Head de Talentos e Diversidade, Salim Khouri, disse considerar importante que os grupos tenham apoio das lideranças e boa governança, mantendo a liberdade para criar e promover ações no momento certo. Ele apontou ainda a importância do alinhamento conceitual amplo antes de tirar a ideia dos grupos de afinidade do papel.

    “Antes de lançar estas redes, escolhemos alguns influenciadores com potencial para serem lideres daquele grupo”, disse Khouri.